sexta-feira, 7 de junho de 2013
Candidatos “mala”
por Simoni Aquino
Fico me questionando sobre todas as inconveniências existentes em um processo seletivo e chego à conclusão que o ser humano muitas vezes não tem senso crítico.
Dentro da Gestão de Pessoas existem muitas possibilidades de atuação nos seus diversos subsistemas e uma delas é o Recrutamento &Seleção (se você não entende o que cada um faz, clique nos links), que é uma parte muito interessante no RH pois é a responsável por atrair e selecionar os talentos do mercado de trabalho para atuar nas empresas. Mas ao mesmo tempo que é incrível, é um trabalho desgastante, maçante e faz com que lidemos com o pior do mercado de trabalho: a falta de bom senso dos candidatos.
Enquanto profissional, rechaço a postura de muitos profissionais de RH que no momento de divulgarem seu anúncio de vaga, o fazem quase que “escondendo” informações básicas dos candidatos, já vi vagas sem ao menos citar a cidade onde a vaga está disponibilizada. Isso é absurdo e considero até antiético.
Mas enfim, como esse blog não tem como foco o julgamento, vou me ater aos fatos: o profissionalismo que deve nortear o trabalho de um profissional de RH, faz com que esse selecionador se preocupe em elaborar um anúncio bem formatado, com informações importantes sobre o cargo, descrição das atividades, local da vaga, remuneração e benefícios e se houver a exigência de ocultar o salário, que exponha pelo menos os benefícios oferecidos e também qual a exigência de conhecimento e escolaridade. Isso sem falar do feedback, após a conclusão do processo - Já até escrevi um artigo sobre Feedback (clique no link para ler).
E antes que alguém desavisado promova algum julgamento sobre selecionadores, não posso responder por outros profissionais de RH. Mesmo por quê, todos os processos seletivos que conduzo, são fornecidos retorno tanto na fase de recrutamento, quando aos finalistas. Basta pesquisar meus posts aqui no Blog Além do RH, no meu Linkedin e no meu Facebook.
Mas voltando ao tema de hoje, elaborar um bom anúncio é fazer uma abordagem profissional ao mercado, que além de passar uma boa imagem da empresa e do selecionador, ainda respeita o profissional no mercado de trabalho e facilita o recrutamento.
Por todos esses motivos, meus anúncios são sempre muito bem detalhados e sempre tenho a esperança que somente os candidatos que se enquadrarem dentro das especificações do anúncio irão se candidatar.
Utopia! Ledo engano!
Quando começo a triar os currículos, dá até calafrios... Centenas de currículos que lotam a caixa de entrada do email divulgado no anúncio e normalmente apenas 12/15% realmente estão de acordo com o perfil da oportunidade, mas ai meu leitor me pergunta: Mas e o restante????
E ai que entra os “candidatos mala” do título deste artigo:
Sabe aquele profissional disponível que mesmo sem ter o perfil da vaga, se candidata?
Sabe aquele profissional disponível que está desesperado e acha que o mercado de trabalho faz filantropia?
Sabe aquele profissional disponível prepotente que acha que tem o currículo “irresistível” de tão bom, só que tem experiência em tudo, menos no que a vaga exige?
Sabe aquele profissional que não consegue o primeiro emprego e mesmo sem a experiência exigida, se candidata?
Sabe aquele profissional disponível que reside há quilômetros de distância (às vezes milhares de quilômetros e que não tem disponibilidade imediata para mudança de residência) da vaga se candidata, mesmo sabendo que é necessário ter fácil acesso ao local de trabalho?
Sabe aquele profissional disponível que manda o currículo sem pretensão salarial, mesmo sabendo que o anúncio solicita que a pretensão seja informada?
Sabe aquele profissional disponível que nem coloca nada no”assunto” do email, mesmo sabendo que anúncio solicita que cite o nome da vaga no assunto do email?
Sabe aquele profissional disponível que te convida para ser seu "amigo" no facebook e acha que com isso terá mais chances no processo seletivo?
Sabe aqueles anúncios de vagas anunciadas nos grupos do facebook e que os profissionais disponíveis ficam perguntando detalhes (que constam no anúncio) ou que ficam te chamando no “inbox” e que você percebe que a pessoa não leu o anúncio?
Esses são os malas.... sem alça e sem rodinhas.
E se você se identificou em algum dos itens acima, desculpe-me mas você é um mala!!!
Um ser inconveniente que se acha muito esperto e que pensa que fazendo alguma dessas atitudes vai conseguir alguma “facilidade” do selecionador, sabe que você está certo? Você conseguirá que seu currículo vá parar na lixeira do email, da maneira mais fácil e ágil que existe.
Eu tenho um banco de talentos, mas só incluo nele os profissionais que não são inconvenientes.
Mercado de trabalho é coisa séria, não é brincadeira. Mercado de trabalho envolve investimento, não é filantropia. Mercado de trabalho é profissionalismo, não é facilidade pessoal.
Se você é um profissional disponível no mercado de trabalho e está em busca de recolocação, se candidate apenas à vagas que estejam alinhadass com o seu perfil e sua trajetória profissional. Conscientize-se que as empresas são soberanas nas suas decisões e que cabem à elas definirem as exigências para a vaga disponível e que somente serão convidados para participar do processo seletivo aqueles profissionais que apresentarem os requisitos exigidos, pois são os profissionais que apresentarem esses requisitos é que terão condições de exercer as atividades e as responsabilidades do cargo.
Se você não apresentar esses requisitos exigidos, muito óbvio perceber que você não exercerá o cargo da maneira que a empresa necessita.
Compreender isso é um passo fundamental para alinhar sua busca por recolocação, pois compreender que “cada macaco, tem o seu galho” é minimizar seu sofrimento no mercado de trabalho. Cada um com sua expertise, cada um com suas competências....
Fico abismada quando vejo profissionais de atendimento de telemarketing (sem experiência em merchandising) se candidatando à uma vaga de Supervisor de Merchandising!!!! O que pensa esse profissional? Que ficará com a vaga?
É a mesma coisa que dizer que eu devo me candidatar à uma vaga de Diretor Financeiro sendo Gestora de Pessoas!!! Não há nexo algum....serei um desastre como diretora de finanças e certamente levaria a empresa à falência.
Algumas dicas úteis:
1. Foque no seu objetivo profissional e busque recolocação na área que focou. Se você atuar em mais de uma área, elabore currículos distintos e os encaminhe de acordo com a vaga.
2. Só se candidate à oportunidades que exigirem experiência em determinada área ou conhecimento específico, se você tiver essa expertise.
3. Se a vaga exige conhecimentos avançados em Excel ou qualquer outro programa e você só tiver o básico, não adianta se candidatar.
4. Se a vaga exige condução própria ou CNH válida e você não tiver, não se candidate.
5. Se a vaga exigir proficiência em determinado idioma e você tiver só o básico ou não tiver nenhum conhecimento, não se candidate.
6. Se a vaga exigir determinado curso de graduação e seu curso superior for outro, também não adianta se candidatar.
7. Se a vaga exigir disponibilidade para viagens e você for daquele profissional que não tem condições de ficar se deslocando seja por compromissos acadêmicos ou familiares que inviabilize viagens, não adianta se candidatar.
8. Se você for nível Auxiliar e a vaga for para nível Analista ou Coordenador, não adianta se candidatar.
9. Se a vaga exigir por exemplo “conhecimento em SAP” e você não tem, não se candidate pois não irá adiantar.
10. Se a vaga solicitar que você informe sua pretensão salarial, não encaminhe seu currículo sem essa informação senão seu currículo será descartado do processo de recrutamento.
11. Se a vaga fornecer o valor do salário e esse não estiver de acordo com suas pretensões, não se candidate pois por melhor que você seja, a empresa não aumentará a remuneração por sua causa, exclusivamente.
Obs: Caso queira saber mais sobre solicitação de pretensão salarial, escrevi um artigo somente sobre esse tema, o link é http://alemdorh.blogspot.com.br/2012/07/o-paradigma-da-pretensao-salarial.html
Quando os selecionadores elaboram anúncios bem feitos e informam os requisitos detalhados, eles não estão lá divulgados por “capricho” nem estão lá de “enfeite”, estão lá para serem observados e acatados.
Agora, se o anúncio só tiver o nome da vaga, esqueça tudo o que você leu até agora nesse artigo e o selecionador "que se vire".
Portanto, tenha bom senso no mercado de trabalho (selecionador e candidato), com bom senso o mercado de trabalho será mais justo e focado e o sucesso em sua busca por recolocação logo chegará, certamente.
Bom senso é a palavra de ordem no mercado de trabalho!
Este texto é de propriedade intelectual de:
Simoni Aquino
Consultora em Gestão Estratégica de Pessoas
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